"A exclusão de Júlia Lopes de Almeida da lista oficial de fundadores da Academia Brasileira de Letras em 1897 está diretamente ligada a questões políticas e de gênero que permeavam o meio literário da época. Apesar de seu prestígio e do apoio de grandes nomes como Machado de Assis, Júlia foi preterida em meio a disputas internas e preconceitos contra a presença feminina em instituições culturais. A escolha dos imortais foi palco de negociações e alianças, e a indicada acabou perdendo espaço para candidatos masculinos, resultado de uma Academia ainda conservadora e resistente a incluir mulheres em seu corpo fundador."